sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

30º CIOSP discutirá uso de células-tronco na Odontologia

O uso de células-tronco na regeneração de dentes, ossos e tecidos moles – que resulta na chamada ‘terceira dentição’ – vem chamando cada vez mais atenção da comunidade científica na área de Odontologia. Técnicas que há 15 ou 20 anos pareciam visionárias já estão se tornando aplicáveis e serão amplamente discutidas durante o 30° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), que acontece entre os dias 28 e 31 de janeiro, no Expo Center Norte, em SP. 


De acordo com Silvio Duailibi, um dos coordenadores do fórum que irá reunir profissionais estrangeiros e brasileiros com vasta experiência em terapias de células-tronco, a Odontologia é uma das áreas da Saúde que está mais próxima de recriar o natural com as técnicas da Engenharia Tecidual. 

“Os primeiros resultados positivos aconteceram há pouco mais de dez anos, quando construir um dente por inteiro a partir de células-tronco passou a ser uma realidade. Vale ressaltar que a Engenharia Tecidual trabalha com os conceitos da regeneração e não da reparação. Regenerar é construir novamente e não apenas reparar um dano”, diz Duailibi. 

Ainda hoje, de acordo com o cirurgião-dentista, a maioria dos tratamentos com células-tronco visa reparar o dano ou a função. “Num futuro próximo, teremos opções de regenerar a polpa. Portanto, a finalização do tratamento endodôntico não será reparativa, mas regenerativa. Com tecnologia de ponta, será possível fazer novamente os tecidos que foram danificados ou perdidos por trauma ou doença, de forma totalmente original, utilizando recursos biológicos naturais e não mais a utilização de recursos sintéticos dos materiais resinosos atualmente utilizados”. 


Medicina Regenerativa eliminará filas de espera dos transplantes 
A Medicina Regenerativa reúne as técnicas de Engenharia Tecidual com o uso de células-tronco e processos de biofabricação, visando à produção total ou parcial de órgãos e tecidos humanos em laboratório. “No futuro, não haverá mais fila de espera para transplantes de órgãos, já que órgãos e tecidos serão produzidos em laboratório”, diz Monica Duailibi – que também participa do fórum sobre o uso de células-tronco durante o 30° CIOSP. 

De acordo com a especialista, as células-tronco adultas estão presentes nos tecidos humanos de forma indiferenciada e ficam em “reservatórios latentes”. Quando o organismo necessita dessas células para uma reparação ou regeneração, elas se diferenciam. “Quando nos cortamos, por exemplo, o processo cicatricial solicita às células-tronco da pele sua reparação. Com outros tecidos, o processo é o mesmo. Portanto, as células-tronco acenam positivamente para novas terapias na área da Medicina Regenerativa”. 

Para a cirurgiã-dentista, tanto a Odontologia como a Medicina terão que se adaptar a novas terapias não-convencionais, quebrando paradigmas e buscando recursos do conhecimento em outras áreas, como Bioquímica, Engenharia de Materiais, Física etc. “Inovador por vocação, o Brasil vem despontando no cenário internacional com relação ao uso de células-tronco na Odontologia”. 

Fontes: Prof. Dra. Monica Duailibi e Prof. Dr. Silvio Duailibi, cirurgiões-dentistas que vão participar do Fórum sobre “Novas alternativas terapêuticas e a terceira dentição” – que acontece no próximo dia 29 (domingo), entre 12h e 19h, durante o 30° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), no Expo Center Norte – www.ciosp.com.br

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