quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Associação aponta que 27 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista



No Dia Nacional do Cirurgião-Dentista e da Saúde Bucal, o presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Newton Miranda de Carvalho, diz que gostaria de voltar ao sistema antigo em que, em vez de o profissional estar apenas no consultório, ele atuava nas escolas primárias. ”Nós reduzimos muito o número de cáries com esse sistema”, informa.

“O problema básico é que a educação para a saúde ainda é deficiente. A ação governamental ainda é insuficiente” acrescenta. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 22.139 equipes de saúde bucal em atuação. Mesmo assim, Carvalho conta que ainda há 27 milhões de brasileiros que nunca foram a um dentista, por falta de informação ou por falta de acesso. “As 22 mil equipes de saúde bucal que existem no Brasil são um grande avanço, mas insuficientes para colocar o problema da saúde bucal em patamares aceitáveis”, diz Carvalho. 

Aline Lopes, dentista de um núcleo de saúde da família em Samambaia, cidade do Distrito Federal,destaca a importância da atuação de uma equipe como essa na comunidade. ”A grande vantagem é que a gente consegue ficar próxima do paciente. Eu conheço as famílias que atendo. Consigo rastreá-las, acompanhá-las desde a raiz dos seus problemas”, conta.

O Brasil concentra o maior número de dentistas do mundo, mas “a má distribuição geográfica é o problema” , diz o presidente da ABO. Newton de Carvalho explica que em um simples exame o dentista pode detectar o início de problemas que vão de uma simples cárie até algo mais sério, como o câncer de boca.

"O câncer bucal esta aumentando de forma absurda. Em 2012, estimamos que cerca de 7 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. Para 2013, estimamos 14 mil. Isso é um índice muito alto, está dobrando em pouco espaço de tempo. É o fumo, o álcool, o sol sem proteção, a radiação ataca o lábio", alerta Carvalho. Além disso, o presidente da ABO explica que a literatura científica médica e odontológica é rica em exemplos de relações comprovadas entre a boca e doenças cardíacas e pulmonares, diabetes, hipertensão e até o nascimento de bebês prematuros.

Newton de Carvalho recomenda a ida ao dentista de seis em seis meses. “Que escovem os dentes de três a quatro vezes por dia e não deixem de ir ao dentista. Não é só quando o dente dói que devemos ir ao dentista. Muitas vezes quando o dente dói, o problema já está avançado”. Para ele, o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista “não é só de comemorações, é para lembrar que existem doenças bucais”.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ortodontia e ortopedia facial usam tecnologia 3d em exames

Uma boca saudável depende dos cuidados diários e das visitas regulares ao odontólogo. Os dentes, a língua, a gengiva e todas as suas estruturas precisam estar em sua melhor forma para exercer corretamente as suas funções. A Ortodontia e a Ortopedia Facial são especialidades da Odontologia. A primeira está relacionada com a correção dos dentes em relação a suas posições nas arcadas ósseas e destas entre si. O segundo ramo busca corrigir as relações desarmônicas entre as bases ósseas do rosto, atuando durante a fase de crescimento e desenvolvimento do rosto das crianças, explica o ortodontista e o ortopedista facial Gerson Köhler, integrante da equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial.

A correção da posição dos dentes e da relação entre os ossos maxilares (na verdade maxila e mandíbula) é fundamental para a saúde do corpo como um todo, é necessária para o bem estar de todo o organismo. Localizadamente, por sua vez, o posicionamento inadequado dos dentes em suas arcadas dificulta a limpeza, favorece a perda precoce de dentes e o surgimento de doença periodontal e pode – também, em determinadas circunstâncias – provocar estresse em excesso aos músculos mastigatórios. Quando a musculatura mastigatória é exigida de maneira excessiva, o corpo reage por meio de dores de cabeça, problemas nas articulações temporomandibulares (ATMs) e dores no pescoço, ombros e costas, observa.


Além de trazer benefícios funcionais e sobre a saúde em geral, os cuidados com a boca aumentam a auto-estima e são importantes para manter uma boa aparência. O indivíduo se sente incomodado ao perceber que o seu sorriso não está dentro dos padrões da normalidade. A boca está envolvida na comunicação, respiração e alimentação e seu estado afeta diretamente estas funções vitais. Por isso é essencial diagnosticar e tratar precocemente as anomalias dentofaciais, destaca o professor Gerson, também especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares.


Exames em 3D contribuem para o diagnóstico de anomalias dentofaciais
Juarez Köhler, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial que também faz parte da equipe da Köhler Ortofacial, informa que os exames por imagem são imprescindíveis para o diagnóstico e a prescrição de tratamento ortodôntico e ortopédico facial. Antigamente as imagens radiográficas eram as ferramentas mais utilizadas pelos profissionais para identificar as alterações no crescimento dos ossos e no posicionamento dos dentes. Atualmente estão sendo usados os exames de imagem por tomografia 3D, aponta. E reitera, um grande avanço dentro do campo dos exames por imagem do rosto humano.



Foto: Regina Célia Trajano Telles Rodrigues
A tomografia 3D denominada tecnicamente em inglês de Cone-beam Computed Tomography Tridimensional (CBCT-3D) é considerada uma revolução diagnóstica na área. Este avanço foi possível graças ao progresso da tecnologia, da engenharia de imagens e dos softwares especializados. A interpretação das anomalias dentofaciais é mais assertiva com este exame, já que ele mostra a região craniofacial em um contexto global. A tomografia 3D ainda é capaz de reduzir a área de radiação para atingir somente os locais de interesse específico, esclarece Juarez.
Para Gerson, as principais vantagens da tomografia 3D são a precisão e a abrangência do diagnóstico, o que permite o planejamento de estratégias mais eficazes para o tratamento. O exame, associado à análise clínica e ao histórico do paciente, também traz segurança ao profissional. A imagem em terceira dimensão possibilita a avaliação de alterações que comprometem outras regiões, como os distúrbios das articulações craniomandibulares e a sua interação com o nariz e as vias aéreas superiores, ressalta o especialista, professor convidado da pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) há mais de 23 anos.

As imagens 3D também são úteis em casos de fraturas nas regiões craniofaciais e dentofaciais, implantes osteointegráveis, distúrbios do sono e em outras questões médicas e odontológicas. A qualidade das imagens é altíssima e para garantir a segurança do paciente é usada uma baixa dosagem de radiação, complementa Gerson, que escreveu um capítulo especial no livro Diagnóstico 3D em Ortodontia, lançado recentemente e coordenado por Maurício Accorsi, ortodontista e Leandro Velasco, médico e cirurgião maxilofacial.


Fonte: http://www.kohlerortofacial.com.br

Óleo extraído da castanha-do-pará ajuda no combate às cáries, diz pesquisa


Fonte: Luciane Evans - Diários Associados
Sobram elogios quando o assunto é o óleo de castanha-do-pará. Cada vez mais procurado pelos seus efeitos na pele, na alimentação e no bem que faz para a saúde, o óleo, tipicamente brasileiro, acaba de ganhar mais um atributo: o de ser útil também para os dentes, ajudando na prevenção contra as doenças periodontais, como as cáries. A conclusão veio da PUC Minas por meio da dissertação Efeito da adição de óleos vegetal e mineral em dentifrício no controle do biofilme dentário: ensaio clínico randomizado, controlado, duplo cego, feito no programa de pós-graduação em odontologia da instituição.
Cada vez mais usados na medicina, na cosmética e na indústria de alimentos, os óleos essenciais — líquidos gordurosos que não se misturam com a água e são obtidos de fonte mineral e vegetal — passaram a ganhar força no tratamento dentário. Pelos seus poderes de criar uma camada protetora nos dentes, protegendo-os de muitas doenças bucais, dão mais efetividade à higiene bucal. “Por se tratar de uma substância brasileira, e constantemente usada pela população carente, que tem acesso à castanha in natura e vai ao dentista dificilmente, resolvi fazer a pesquisa com óleo de castanha-do-pará. Se já há tantos óleos internacionais sendo usados, por que não um brasileiro?”, questiona a autora da dissertação, Cíntia de Fátima Buldrin Filogônio, mestre em odontopediatria pela PUC.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mudança na escovação é mais eficaz na remoção de placa

Fonte: Paloma Rodrigues / Agência USP de Notícias

A técnica de escovação anteroposterior com escova de cerdas multiníveis é mais eficiente no combate à placa e ao biofilme (placa bacteriana) nos primeiros molares das crianças, quando comparada à técnica tradicionalmente indicada pelos dentistas, chamada transversal. Esse resultado foi obtido em estudo da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, realizado pela dentista Alessandra Reyes. Ela analisou os primeiros molares em erupção os que ainda estão nascendo, em linguagem popular de 33 crianças entre 5 e 7 anos.

A técnica anteroposterior tem de ser aplicada com uma escova com cerdas de diferentes níveis, que conseguem chegar ao dente que ainda está crescendo e, portanto, está em um nível mais baixo em relação aos demais. A escovação anteroposterior pede movimentos mais instintivos. Já a técnica transversal exige que a escova fique inclinada para o dente que está nascendo. Como esse não é um movimento natural, as crianças podem esquecer de aplicá-lo, diz Alessandra.

A placa bacteriana é um termo popular para o biofilme, que é um tipo de película que se forma no dente, pelo acúmulo de resíduos de alimentos e bactérias da boca. Segundo a dentista, após 15 dias da orientação, as crianças removeram placa, tanto com uma quanto com outra técnica, mas após 3 meses, elas podem ter esquecido a técnica transversal e foi ai que a escova de cerdas multinível acabou sendo útil.

Em médio prazo, a técnica anteroposterior se mostrou mais efetiva na redução da placa e do biofilme. ¨A escova com cerdas multinível é mais cara, mas sua indicação não vale a pena só pela remoção de placa, mas pelo fato de ela poder levar a menor progressão das lesões de cárie, que é o que vamos tentar comprovar com a continuação do estudo, aponta. A continuação da pesquisa pretende avaliar a efetividade destas técnicas tendo como desfecho as lesões de cárie e não mais apenas a placa. Se ela se mostrar realmente mais eficiente, temos de levar isso para a rede pública de saúde.

Segundo a pesquisadora, isso mostra que esse processo pode ser realizado em qualquer lugar, já que tem um baixíssimo custo. Não é preciso grandes investimentos para priorizar a saúde bucal das crianças.

Foram utilizados exames para identificar presença ou ausência de placa, tempo de formação  da placa (recente ou madura), quantidade de placa que cobria o dente; além da utilização de um método objetivo (QLF), que é um aparelho que captura a fluorescência da placa e analisa as imagens por intermédio de um software. O equipamento de origem holandesa foi adquirido pelo professor Fausto M. Mendes do Departamento de Odontopediatria, com o auxílio do projeto Jovem Pesquisador, do CNPq, que colaborou com recursos financeiros.

A probabilidade de cárie no primeiro molar é muito maior do que nos outros dentes, porque ele pode demorar cerca de 15 meses para nascer. Durante todo esse tempo, ele fica exposto a esse risco. Por isso a escolha desse dente para desenvolver o estudo. O trabalho é inédito nesse sentido, já que a escova multinível nunca foi estudada nesse dente.

Crianças e pais foram apresentados ao trabalho por meio de uma palestra ministrada por Alessandra. Foram abordadas as técnicas que seriam utilizadas, bem como a importância de se preocupar com a saúde bucal.

Depois disso, as crianças foram divididas em dois grupos: as que utilizariam a técnica mais comum a transversal e a técnica anteroposterior com a escova com cerdas multiníveis. Elas aprenderam como escovar os dentes seguindo de acordo com a técnica do seu grupo e receberam uma escova correspondente ao tipo de técnica: plana para a escovação transversal (tradicional) e com cerdas multiníveis para a escovação anteroposterior.

Em cada visita elas tinham que nos mostrar como escovavam os dentes, para sabermos se elas de fato tinham aprendido a escovação da maneira correta. Ficou claro que aprenderam, diz. Mas, Alessandra alerta para o fato de que não há como saber se elas realizavam todos os procedimentos necessários em todas as escovações. Vendo os resultados a longo prazo, alguns pontos com placa que ficavam em áreas que elas não conseguiam ver no espelho enquanto escovavam nos fizeram pensar que elas podem se esquecer de escovar algumas áreas no dia a dia. As regiões visíveis ficam muito mais limpas, porque as vendo no espelho elas conseguem se lembrar de que tem que escovar aquela parte do dente.

As crianças foram selecionadas na triagem do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, Disciplina de Odontopediatria, após assinatura do termo de consentimento pelos responsáveis. Os atendimentos ocorreram nas dependências da Clinica do Lelo, sobre supervisão da professora Patrícia Freitas. As alunas de pós-graduação Tatiane F. Novaes, Thaís Gimenez e Ronilza Matos, participaram da realização dos exames.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Resina produzida por abelhas é usada em produtos contra males bucais

Fonte:Thaís Pacheco (Diário de Pernambuco) 


Geleia Real
Composta da mistura de substâncias colhidas das árvores, do pólen e das secreções das próprias abelhas, a própolis é produzida por elas para proteção. “É um produto natural que os insetos usam na colmeia para se defender contra micro-organismos. E a gente fez dele exatamente o mesmo, ou seja, um medicamento para nos defendermos”, diz a pesquisadora Esther Margarida Bastos. Bióloga, entomologista e especialista em abelhas, ela tem nos produtos de abelha sua linha de pesquisa, desenvolvida no Laboratório de Serviços de Recursos Vegetais e Opoterápicos da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. “Opoterápicos são os produtos que vêm de animais”, esclarece a pesquisadora.

Própolis
Foi nesse laboratório que Esther Batos, ao lado de mais três pesquisadores, desenvolveu, a partir de diversos experimentos, dois produtos: um gel e um enxaguante bucal (antisséptico) a base de própolis-verde, que já foram patenteados e estão prontos para serem produzidos em larga escala. Os produtos naturais têm como objetivo atuar no combate de alguns males bucais, como a candidíase atrófica crônica (causada geralmente pelo fungo Candida albicans). “A candidíase acomete, em geral, quem usa prótese total na boca, muitas vezes em consequência da má higienização. O paciente fica com a boca cheia de cândida, com umas bolinhas brancas, muito similares às aftas. A ideia é indicar o gel, que é muito eficaz, pois atua como antibiótico e tem a vantagem de ser um produto natural”, explica a coordenadora do estudo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Acupuntura na odontologia

A acupuntura tem sido uma ferramenta muito utilizada por dentistas, pois trata a saúde do paciente como um todo
Fonte: Revide On-lineTexto: Pâmela Silva - Fotos: Carolina Alves

Confira as Fotos

A acupuntura tem mais de  quatro mil anos, mas seu uso na área odontológica ainda é recente e tem sido uma ferramenta muito utilizada por profissionais da área, pois trata a saúde do paciente como um todo.

Conhecida também como odontologia sistêmica, o tratamento analisa a relação da saúde bucal com o corpo e os aspectos emocional, mental e comportamental do indivíduo. Assim, qualquer disfunção ocorrida na cavidade bucal será visualizada como uma alteração em um sistema em que todo o organismo está envolvido.

Durante o tratamento, o paciente passa por uma avaliação criteriosa baseada na medicina tradicional chinesa, com o objetivo de colher dados relacionados aos seus hábitos, como alterações visíveis em sua saúde geral, métodos de palpação dos músculos envolvidos no processo de dor e desgastes atípicos nas restaurações, ou seja, uma coleta geral de dados do paciente para confirmar se a acupuntura pode ser aplicada. “Após extensa avaliação, o paciente é submetido a sessões de acupuntura sendo reavaliado a cada retorno. Existem técnicas auxiliares como o uso de aparelhos como Hai-hua, maxobustão, uso de ventosas, magnetoterapia ou ainda aplicação de laser e eletroacupuntura”, explica a cirurgiã dentista e acupunturista, Dra. Odinê Rêgo Bechara.

Atualmente, a acupuntura odontológica atrai muitos adeptos que buscam o equilíbrio entre as alterações odontológicas e as condições sistêmicas, visando à plenitude na saúde do paciente.

Além disso, a aplicação desta técnica vem sendo uma das alternativas de tratamento para pacientes que possuem restrição no uso de alguns medicamentos ou quadros de dor.

Segundo a empresária Vera Lúcia Leão, que passou por diversos tratamentos odontológicos, a acupuntura trouxe alívio imediato. “Estava tratando de dores no maxilar há algum tempo, porém o incomodo persistia. Assim que soube do tratamento de acupuntura resolvi experimentar e notei a mudança logo na primeira sessão”, afirma.

A dentista ressalta que esta técnica milenar visa restabelecer a saúde, interferindo e harmonizando a energia do paciente através dos canais de energia onde se encontram os pontos de acupuntura. “Os resultados dos tratamentos são satisfatórios, conquistamos o objetivo sem o uso de medicamentos devolvendo qualidade de vida ao paciente”, argumenta Odinê.

Odinê diz, ainda, que a acupuntura odontológica deve ser utilizada como recurso terapêutico efetivo pelas inúmeras atuações e bons resultados que apresenta, e salienta que como toda ciência que visa uma atuação clínica, esta técnica requer conhecimento e capacitação.

“Promover saúde requer responsabilidade, amor e, sobretudo dedicação. A saúde começa pela boca. Relaciono sempre meu trabalho com qualidade de vida, vislumbrando sempre a possibilidade de educar e conscientizar o paciente de sua responsabilidade frente a sua saúde como um todo”, conclui.

Tratamento milenar
A acupuntura é uma terapia complementar onde através da inserção de agulhas em pontos específicos do corpo humano canais de energia são ativados. A correta estimulação pode trazer muitos benefícios, entre eles, o de analgesia odontológica.

A prática tem como principal objetivo o equilíbrio entre corpo e mente através da manipulação da energia que circula nos canais que se distribuem em rede por todo o organismo.

Dra Odinê lembra que a acupuntura odontológica ganhou destaque devido ao grande número de trabalhos científicos publicados e como em todo e qualquer tratamento a acupuntura requer bom senso e capacitação. “É fato que a acupuntura tornou-se hoje uma opção a mais de terapia, em que o profissional, além de adquirir novos conhecimentos, encontra um campo aberto a novas pesquisas na área da saúde”, finaliza.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Tratamento de Infecções Bacterianas


 Um artigo publicado por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Guarulhos (UnG) no Journal of Clinical Periodontology está entre os mais citados e acessados do periódico de maior impacto científico na área odontológica.O artigo apresenta os resultados de um estudo realizado com apoio da FAPESP, que indicou que o tratamento convencional de infecções bacterianas que afetam as gengivas e os demais tecidos que circundam os dentes (periodontites) pode ser significativamente melhorado por meio do uso concomitante dos antibióticos metronizadol e amoxicilina.

Os pesquisadores avaliaram um grupo de 30 pacientes atendidos no Centro de Estudos Clínicos em Odontologia da UnG acometidos com periodontite agressiva – um tipo de infecção bacteriana rara que afeta normalmente pessoas mais jovens e é caracterizada pela rápida perda dos ossos de suporte, podendo resultar na perda de dentes, principalmente os molares e incisivos.

Tradicionalmente, a doença e os outros tipos de infecções periodontais são tratados pelos periodontistas por meio da raspagem mecânica e alisamento das raízes dos dentes para remoção das bactérias que colonizam a região entre os dentes e as gengivas e atacam os ossos de suporte dentário. Entretanto, principalmente os pacientes jovens não respondem bem a esse tipo de tratamento e apresentam recorrência da doença.

Ao realizar o tratamento convencional associado ao uso dos antibióticos metronizadol e amoxicilina em metade dos pacientes participantes do estudo, os pesquisadores da UnG constataram que após três meses eles apresentaram uma resposta clínica melhor do que os que só receberam o tratamento convencional. Além disso, também houve uma melhor recolonização da placa bacteriana (biofilme) localizada abaixo da margem da gengiva.

“Observamos que a microbiota bucal dos pacientes que foram submetidos a limpeza mecânica associada à terapia com antibióticos apresentou maior proporção de bactérias benéficas e menor proporção de patógenos. Essas diferenças se mantêm por um período maior do que nos pacientes tratados somente da forma convencional”, disse Magda Feres, coordenadora do programa de pós-graduação em odontologia da UnG e uma das pesquisadoras participantes do projeto à Agência FAPESP.

Para avaliar a placa bacteriana dos pacientes com periodontite agressiva que participaram do estudo, os pesquisadores utilizaram uma técnica molecular para análise microbiológica chamadaCheckerboard DNA-DNA hybridization, que diagnostica bactérias por sonda de DNA.

A técnica, desenvolvida pelo pesquisador Sigmund Socransky, do Forsyth Institute, associado à Universidade Harvard, é utilizada atualmente em apenas seis laboratórios no mundo e foi implantada no Laboratório de Microbiologia da UNG por Feres, que realizou doutorado na instituição norte-americana sob orientação de Socransky.

“Esse método inovou a forma de diagnosticar e de acompanhar os resultados do tratamento de periondotites ao permitir avaliar diversas bactérias associadas às infecções na gengiva e obter diversas amostras de placa bacteriana de cada dente dos pacientes para verificar o que ocorre na composição da microbiota bucal”, explicou Feres.

Por meio da técnica, a pesquisadora e seu grupo conseguiram avaliar as alterações promovidas pelo tratamento tradicional de periodontite agressiva associada à medicação com metronidazol e amoxicilina em um conjunto de 40 bactérias da microbiota bucal dos pacientes, das quais algumas são benéficas e outras são associadas às periodontites.

Os exames revelaram que os antibióticos ajudaram a promover uma melhor recolonização do biofilme dos pacientes, que apresentou maior proporção de bactérias benéficas do que patogênicas em comparação com o dos pacientes que só receberam o tratamento convencional.

“Constatamos que nos pacientes que não tomaram antibióticos houve um retorno maior e mais rápido dos patógenos após o tratamento, enquanto a microbiota dos que receberam a medicação se manteve mais estável e mais benéfica, o que resultou na melhora dos parâmetros clínicos, como redução de sangramento e regressão da doença”, disse Feres.

Os pesquisadores estão com um novo artigo em fase final de avaliação no mesmo periódico – o primeiro foi publicado em 2010 –, com os resultados de um estudo envolvendo 120 pacientes adultos, em que demonstram que a recolonização benéfica se manteve em um período de um ano em pacientes com periodontite crônica – outro tipo de periodontite com maior prevalência em adultos.

Fator de risco para alterações sistêmicas

As periodontites são causadas pela colonização da boca por determinadas espécies de bactérias que podem ser transmitidas dos pais para os filhos e que podem se reproduzir na margem da gengiva quando há uma baixa resistência do hospedeiro.

Ao colonizar a margem da gengiva, o organismo tenta se livrar delas, desencadeando um processo inflamatório de evolução rápida, que produz metabólitos que degradam os tecidos em volta dos dentes e os ligamentos periodontais (os ossos de suporte).

Por estar associada a uma carga muito alta de bactérias agressivas à saúde, alguns estudos recentes em uma área da periodontia, chamada medicina periodontal, têm sugerido que as infecções periodontais podem funcionar como fator de risco para outras alterações sistêmicas, como parto prematuro, doenças cardiovasculares e infecções pulmonares.

“As bactérias podem se alojar em outro local do organismo, além da boca, e desencadear uma reação sistêmica. Mas essas associações ainda não estão totalmente demonstradas”, ressalvou Feres.

Em 2004, a pesquisadora e seu grupo participaram de um estudo internacional que comparou a microbiota de pacientes com periodontite no Brasil, Chile, Suécia e Estados Unidos. O estudo demonstrou que a composição das bactérias da boca pode variar entre os diferentes países.

“É importante que sejam realizados estudos sobre microbiota de pacientes com periodontite em diferentes regiões geográficas porque futuramente isso pode resultar em tratamentos específicos para cada tipo da doença”, afirmou Feres.

Os pesquisadores da UnG realizam uma triagem de pacientes para realização de novos estudos tanto para tratamento das periodontites como da periimplatites – uma infecção que ocorre ao redor de implantes dentários.

O artigo Short-term benefits of the adjunctive use of metronidazole plus amoxicillin in the microbial profile and in the clinical parameters of subjects with generalized aggressive periodontitis (doi: 10.1111/j.1600-051X.2010.01538.x), de Feres e outros, pode ser acessado gratuitamente no site doJournal of Clinical Periodontology em onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1600-051X.2010.01538.x/full.

Fonte: Agência FAPESP

quinta-feira, 15 de março de 2012

Capitais não têm bom resultado em escovação dental, mostra Índice de Desempenho do Sus

O presidente do Conselho Federal de Odontologia, Ailton Morilhas, lembrou que os cuidados com os dentes e a gengiva previnem o surgimento de várias doenças. Fonte: Rio Preto News
No início do mês, o governo federal divulgou o desempenho dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os municípios do país. No quesito escovação dental, as capitais não se saíram bem. Em uma escala de 0 a 10, 19 capitais receberam nota inferior a 2 pelas ações de promoção e supervisão da escovação dos dentes. Somente quatro capitais conseguiram avaliação acima de 5, como mostra o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), criado pelo Ministério da Saúde para avaliar 24 indicadores de qualidade e acesso à rede pública de saúde. 

No critério escovação dental, foi avaliado o número de pessoas que receberam orientação de um dentista ou outro profissional de saúde bucal sobre a maneira correta de escovar os dentes. Quanto maior a nota, maior o acesso da população à prevenção de doenças bucais, como cáries e problemas periodontais. A análise foi feita com base nos dados de 2010. A meta era oito procedimentos para cada 100 habitantes. Florianópolis ficou com o pior resultado no indicador, 0,02. Em seguida, aparecem Belém (0,10) e Boa Vista (0,18). As primeiras colocações ficaram com Fortaleza (7,12), Rio Branco (7,11) e Curitiba (6,89). 

A coordenadora de Saúde Bucal da Secretaria de Saúde de Florianópolis, Marynes Reibnitz, atribuiu a baixa avaliação da cidade a um problema na transmissão dos dados da secretaria municipal para o sistema de informações do ministério. Segundo ela, as equipes de saúde bucal têm atendido nas escolas e em outros grupos da população, porém esses dados não foram informados ao ministério. No ano passado, 24 mil crianças de 9 e 10 anos receberam orientações dos dentistas e material para cuidar dos dentes na capital catarinense, como escova e fio dental. Em média, a prefeitura distribui 100 mil escovas dentárias por ano, informou a coordenadora. . “É muito triste porque não reflete o nosso trabalho”, comentou sobre a nota no Idsus. 

A previsão, segundo Marynes, é que o problema no repasse dos dados seja resolvido até o fim deste mês. A atualização dos dados no sistema nacional é responsabilidade de cada município. Independentemente de casos como a desatualização ou informações incompletas, a avaliação de técnicos do Ministério da Saúde é que o baixo desempenho em alguns indicadores está relacionado à pouca atenção e investimento dos municípios em alguns programas. O presidente do Conselho Federal de Odontologia, Ailton Morilhas, lembrou que os cuidados com os dentes e a gengiva previnem o surgimento de várias doenças. “Está mais que comprovado que várias doenças surgem da falta desses cuidados. Uma boa escovação é fundamental. Quem sai prejudicado é a população”. 

Quanto à redução no número de mortes por infarto, outro quesito avaliado pelo Idsus, as capitais tiveram notas melhores. Das 27 capitais, 92% ficaram com índice acima de 5. Na divulgação das notas do Idsus, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o governo federal vai usar os resultados como critério para premiar e conceder verba extra aos municípios e estados que alcançarem as metas de saúde.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Qualidade de Vida e Saúde Bucal


Fonte: Beatriz Pepe NOTÍCIAS Seguros


*Dra. Sandra Ossent
 
Muitas pessoas podem questionar: qual a relação da Odontologia com a Qualidade de Vida? A Qualidade de Vida está diretamente vinculada aos cuidados odontológicos. Não se pode “separar” a boca do corpo e cuidar somente do restante do organismo, pois muitos órgãos dependem, por exemplo, do bom funcionamento da mastigação. Assim, é impossível ser saudável “por completo” e pensar em qualidade de vida se não houver uma boa saúde bucal.  
 
Alguns problemas sistêmicos podem estar relacionados à saúde bucal e, muitas vezes, não são diagnosticados de forma rápida e eficaz. Por exemplo: se os alimentos não são mastigados de forma adequada, a digestão, que deveria se iniciar na boca, não começa da forma correta e, quando o alimento chega ao estômago, é necessário um maior esforço para digerir o alimento, o que significa uma maior liberação de ácido. Esse ácido em excesso pode comprometer as paredes que envolvem o órgão e provocar a gastrite, identificada por meio de dor ou ardor na região estomacal, o que reduz a qualidade de vida do indivíduo.
 
Outro exemplo importante está relacionado ao mau posicionamento dos dentes ou à falta deles. Estas situações podem provocar um desequilíbrio na mastigação e sobrecarregar a musculatura da face e do pescoço, provocando dor em toda a região da cabeça e pescoço. Estudos mostram, ainda, que a doença periodontal está diretamente relacionada com a endocardite bacteriana, uma doença cardiovascular.
 
Esses são apenas alguns exemplos da relação direta entre saúde bucal e bem-estar físico, que faz parte da Qualidade de Vida. Além disso, um dos fatores mais importantes quando falamos em Qualidade de Vida é o indivíduo sentir-se bem e aceito socialmente. Nesse caso, um sorriso bonito e saudável pode ajudar o desenvolvimento da autoconfiança e a facilitar a integração com a sociedade. 
 
Por isso, também é importante contar com um profissional de confiança, que possa orientar sobre hábitos saudáveis como: correta escovação, uso do fio dental, dieta, entre outras informações, além de apresentar soluções adequadas para cada caso e encaminhar para especialistas, quando necessário. 
 
As empresas devem considerar o papel da saúde bucal na qualidade de vida no momento de elaborar um pacote de benefícios, como fator gerador de produtividade, retenção de talentos e fidelização.
 
É importante lembrar também que as doenças da boca (cárie e doença periodontal) podem ser prevenidas por meio de medidas simples, como a correta higienização dos dentes, alimentação saudável e visitas periódicas ao dentista. Se os aspectos odontológicos não forem considerados, não teremos condições de dizer que um indivíduo é saudável, comprometendo sua qualidade de vida. 
 
*Dra. Sandra Ossent é coordenadora do Porto Seguro Odontológico

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Saúde física, alimentação saudável e saúde dental

Fique em forma para ter dentes saudáveis


A rotina de exercícios pode ajudar mais do que apenas sua cintura.

Pessoas que mantêm um peso saudável e têm altos níveis de aptidão física mostraram incidência mais baixa de doença gengival severa, de acordo com um estudo publicado na edição de agosto do Journal of Periodontology. Pesquisadores usaram o índice de massa corpórea e a porcentagem de gordura do corpo para registrar o peso e o consumo máximo de oxigênio como medidas de aptidão física, comparando ambos com os exames bucais dos indivíduos.

Aqueles com o IMC mais baixo e o nível mais alto de aptidão apresentaram índices significativamente mais baixos de doença gengival severa.

"O controle do peso e a aptidão física contribuem com a saúde geral e, agora, acreditamos que ficar em forma pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver doença gengival. Como a doença gengival está relacionada com outras doenças, como doença cardiovascular e diabetes, existem ainda mais razões para você se cuidar por meio da dieta e exercícios", diz dr. Samuel Low, reitor associado e professor de periodontia na Faculdade de Odontologia da Universidade da Flórida e presidente da Academia Americana de Periodontia.

A Associação Dental Americana diz que os seguintes fatores podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver doença gengival: o uso de tabaco para fumar ou mascar; diabetes, várias medicações como esteróides, drogas antiepilepsia e drogas para terapia do câncer; próteses mal adaptadas; dentes apinhados; restaurações defeituosas; gravidez ou uso de contraceptivos orais.

Os sinais de alarme incluem gengivas que sangram facilmente; gengivas vermelhas, inchadas ou sensíveis; gengivas que se afastaram dos dentes; mau hálito persistente ou gosto ruim na boca; dentes permanentes que estão frouxos ou se afastando; qualquer alteração na forma como os dentes se encaixam ao morder; qualquer alteração no encaixe de próteses parciais.

A ADA recomenda que os pacientes escovem os dentes duas vezes ao dia, limpem entre os dentes todos os dias com fio dental, ingiram dieta balanceada e visitem o dentista regularmente.

Bebidas energéticas e esportivas


Os dentistas, rotineiramente, alertam os pacientes sobre o consumo exagerado de refrigerantes, sucos e bebidas esportivas que carregam pouco ou nenhum valor nutritivo e causam prejuízo aos dentes.

Agora, a Academia Americana de Pediatria (AAP) está voltando sua atenção às bebidas energéticas e esportivas, afirmando que na maioria dos casos as crianças não precisam delas e que alguns produtos contêm substâncias que podem ser prejudiciais às crianças.

Primeiro, os coautores explicam as diferenças entre bebidas esportivas e bebidas energéticas. As esportivas – que contêm carboidratos, minerais, eletrólitos e aromatizantes – destinam-se a repor a água e os eletrólitos perdidos através da transpiração durante o exercício físico. Bebidas esportivas podem ser úteis para jovens atletas empenhados em atividades físicas prolongadas e vigorosas, mas, na maioria dos casos, são desnecessárias na quadra de esportes ou refeitório da escola.

“Para a maioria das crianças dedicadas à atividade física de rotina, a água pura é o melhor”, diz Holly J. Benjamin, M.D., membro do comitê executivo do Conselho de Medicina Esportiva e Aptidão Física da AAP e coautora do relato. “Bebidas esportivas contêm calorias adicionais das quais as crianças não necessitam e que podem contribuir com a obesidade e cárie dentária”, diz.  Segundo ela, “é melhor que as crianças bebam água durante e após os exercícios e ingiram a quantidade recomendada de sucos e leite desnatado com as refeições”. “As bebidas esportivas não são recomendadas como bebidas para acompanhar refeições.”

As bebidas energéticas contêm substâncias que não são encontradas nas esportivas e agem como estimulantes, como cafeína, guaraná e taurina.

A cafeína – de longe o estimulante mais popular – foi relacionada a diversos efeitos nocivos à saúde das crianças, incluindo os efeitos sobre o desenvolvimento dos sistemas neurológico e cardiovascular. “Bebidas energéticas nunca são apropriadas para crianças ou adolescentes”, diz Dr. Benjamin e a coautora Marcie Beth Schneider, M.D., membro do Comitê de Nutrição da AAP. Em geral, as bebidas contendo cafeína, o que inclui os refrigerantes, devem ser evitadas.

“Em muitos casos, é difícil dizer quanta cafeína existe num produto olhando-se o rótulo”, diz Dra. Schneider. “Algumas latas de bebidas energéticas podem conter mais de 500 mg de cafeína, o que equivale a 14 latas de refrigerante”.

De acordo com a AAP, crianças e adolescentes devem evitar (ou restringir) a ingestão de bebidas esportivas contendo carboidrato porque elas aumentam o risco de sobrepeso e obesidade e erosão dental. Água, e não bebidas esportivas, deve ser a fonte principal de hidratação para crianças e adolescentes.

“Existe muita confusão sobre bebidas esportivas e bebidas energéticas, e os adolescentes geralmente não têm conhecimento das diferenças entre esses produtos”, diz Dra. Schneider. “Algumas crianças estão bebendo bebidas energéticas – contendo grandes quantidades de cafeína – quando sua meta é simplesmente reidratar após o exercício. Isso significa que estão ingerindo grandes quantidades de cafeína e outros estimulantes, o que pode ser perigoso.”

O relatório, datado de 30 de maio e publicado na edição de junho da AAP, é chamado de “Bebidas Esportivas e Bebidas Energéticas para Crianças e Adolescentes: Elas são Apropriadas?”.

Dentistas compartilham uma preocupação com o foco central do artigo: o consumo exagerado de bebidas esportivas.

Alimentos que contêm açúcares de qualquer tipo podem contribuir com a cárie dentária. Quando os dentes não são limpos após a alimentação, as bactérias da placa presente na boca usam o açúcar para produzir ácidos que podem destruir a superfície dura do dente, chamada de esmalte. Após um período, ocorre a cárie dentária. Quando os dentes entram em contato frequente com refrigerantes, sucos de frutas, bebidas esportivas e bebidas com adição de açúcares, o risco de cárie aumenta.

A Associação Dental Americana não apenas lembra aos pacientes de restringir a ingestão dessas bebidas, mas também se opõe à “enxurrada de contratos” nas escolas que incluem a propaganda de produtos relacionados a refrigerantes e requerem que as escolas permitam uma campanha de marketing penetrante que pode influenciar os padrões de consumo.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

30º CIOSP discutirá uso de células-tronco na Odontologia

O uso de células-tronco na regeneração de dentes, ossos e tecidos moles – que resulta na chamada ‘terceira dentição’ – vem chamando cada vez mais atenção da comunidade científica na área de Odontologia. Técnicas que há 15 ou 20 anos pareciam visionárias já estão se tornando aplicáveis e serão amplamente discutidas durante o 30° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), que acontece entre os dias 28 e 31 de janeiro, no Expo Center Norte, em SP. 


De acordo com Silvio Duailibi, um dos coordenadores do fórum que irá reunir profissionais estrangeiros e brasileiros com vasta experiência em terapias de células-tronco, a Odontologia é uma das áreas da Saúde que está mais próxima de recriar o natural com as técnicas da Engenharia Tecidual. 

“Os primeiros resultados positivos aconteceram há pouco mais de dez anos, quando construir um dente por inteiro a partir de células-tronco passou a ser uma realidade. Vale ressaltar que a Engenharia Tecidual trabalha com os conceitos da regeneração e não da reparação. Regenerar é construir novamente e não apenas reparar um dano”, diz Duailibi. 

Ainda hoje, de acordo com o cirurgião-dentista, a maioria dos tratamentos com células-tronco visa reparar o dano ou a função. “Num futuro próximo, teremos opções de regenerar a polpa. Portanto, a finalização do tratamento endodôntico não será reparativa, mas regenerativa. Com tecnologia de ponta, será possível fazer novamente os tecidos que foram danificados ou perdidos por trauma ou doença, de forma totalmente original, utilizando recursos biológicos naturais e não mais a utilização de recursos sintéticos dos materiais resinosos atualmente utilizados”. 


Medicina Regenerativa eliminará filas de espera dos transplantes 
A Medicina Regenerativa reúne as técnicas de Engenharia Tecidual com o uso de células-tronco e processos de biofabricação, visando à produção total ou parcial de órgãos e tecidos humanos em laboratório. “No futuro, não haverá mais fila de espera para transplantes de órgãos, já que órgãos e tecidos serão produzidos em laboratório”, diz Monica Duailibi – que também participa do fórum sobre o uso de células-tronco durante o 30° CIOSP. 

De acordo com a especialista, as células-tronco adultas estão presentes nos tecidos humanos de forma indiferenciada e ficam em “reservatórios latentes”. Quando o organismo necessita dessas células para uma reparação ou regeneração, elas se diferenciam. “Quando nos cortamos, por exemplo, o processo cicatricial solicita às células-tronco da pele sua reparação. Com outros tecidos, o processo é o mesmo. Portanto, as células-tronco acenam positivamente para novas terapias na área da Medicina Regenerativa”. 

Para a cirurgiã-dentista, tanto a Odontologia como a Medicina terão que se adaptar a novas terapias não-convencionais, quebrando paradigmas e buscando recursos do conhecimento em outras áreas, como Bioquímica, Engenharia de Materiais, Física etc. “Inovador por vocação, o Brasil vem despontando no cenário internacional com relação ao uso de células-tronco na Odontologia”. 

Fontes: Prof. Dra. Monica Duailibi e Prof. Dr. Silvio Duailibi, cirurgiões-dentistas que vão participar do Fórum sobre “Novas alternativas terapêuticas e a terceira dentição” – que acontece no próximo dia 29 (domingo), entre 12h e 19h, durante o 30° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), no Expo Center Norte – www.ciosp.com.br

Cárie Dentária

A cárie dentária pode ser definida como uma destruição localizada dos tecidos dentais causada pela ação das bactérias. A desmineralização dos tecidos dentais (esmalte, dentina ou cemento) é causada por ácidos, especialmente o ácido lático, produzido pela fermentação bacteriana dos carboidratos da dieta, geralmente a sacarose. A baixa do pH ocasiona dissolução do esmalte e transporte do cálcio e fosfato para o meio ambiente bucal.
É uma doença transmissível e infecciosa de origem bacteriana. As bactérias que se encontram normalmente na boca transformam os restos de alguns alimentos em ácidos; tais ácidos, (lático, acético, butírico, propiônico, etc) formados por um processo de fermentação, atacam os tecidos mineralizados do dente.
Sua ação se dá através da degradação de açúcares e sua transformação em ácidos que corroem a porção mineralizada dos dentes. O flúor juntamente com o cálcio e um açúcar, chamado xilitol agem inibindo esse processo; contudo, o flúor deve ser usado com moderação, devido a sua alta toxicidade. Além disso, quando não se escovam os dentes corretamente e neles se acumulam restos de alimentos, as bactérias que vivem na boca aderem-se aos dentes, formando a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar dos restos de alimentos em ácido que, por sua vez, corrói o esmalte do dente formando uma cavidade, que é a cárie propriamente dita. Vale lembrar que a placa bacteriana se forma mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis, pois as bactérias possuem polissacarídeos intracelulares de reserva.
Do ponto de vista anatômico e microbiológico, existem vários tipos diferentes de cáries:
  • em depressão e fissura,
  • de superfície lisa,
  • da raiz e
  • na dentina profunda.
O processo de destruição do dente envolve dissolução da fase mineral, que consiste principalmente em cristais de hidroxiapatita, por ácidos orgânicos produzidos pela fermentação bacteriana.
A cárie é uma doença com pelo menos 500.000 anos de idade, como evidenciam os registros esqueléticos. Foi detectada em todos os povos, em todas as raças e em todas as épocas.
Na América, a cárie incide em cerca de 95% da população, incluindo os Estados Unidos, país considerado como de elevado padrão higiênico. Assim, a cárie dental constitui, inegavelmente, sério problema social.
Escovar corretamente os dentes, massageando as gengivas, usando pastas dentais com flúor após as refeições (se tiver alergia ao flúor, procure um creme dental com menos fluoreto, ou com outro tipo do composto, como o MFP ou o Fluoreto de Cálcio, ou ainda diminua a quantidade de creme.
Utilização de um fio dental
Use o fio dental após as refeições e, principalmente, antes de dormir. O fio dental remove os restos de comida e a placa bacteriana nos locais onde a escova não chega.
Evite o consumo freqüente de bebidas ou alimentos açucarados, principalmente aqueles que agridem os dentes, como os refrigerantes e bebidas alcoólicas; se o consumo excessivo de açúcar não puder ser evitado, procure fazer a profilaxia logo após as refeições, escovando os dentes de imediato.
Não escove os dentes logo após o consumo de refrigerantes: como os mesmos "retiram" o esmalte, a escovação pode acabar desgastando-os. Espere pelo menos 15 minutos. (Cuidado! o pH da placa começa a cair após 5 minutos da ingestão de sacarose).
Deve-se procurar o dentista ou o higienista oral pelo menos uma vez a cada 6 meses; este poderá detectar inícios de cáries e dar orientações quanto às técnicas de escovagem, uso de flúor, etc.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Laboratório de Odonto da USP é pioneiro no uso de imagens 3D

odonto3d

Especializado em interpretação de imagens volumétricas do complexo crânio-facial, o Laboratório de Imagens 3D da Faculdade de Odontologia da USP é, atualmente, referência nessa área de pesquisa. Fundado pelo professor Marcelo Cavalcanti, foi o primeiro laboratório brasileiro que se empenhou no estudo, na área da odontologia, das aplicações das imagens 3D, geradas em exames de tomografia computadorizada.
Os trabalhos ali desenvolvidos são relacionados às diferente técnicas de geração de imagens em 3D e à análise das imagens produzidas, mas não à realização das tomografias em si. Estas são obtidas de projetos e trabalhos de outros setores da FO que, em casos mais complexos, as enviam para o laboratório ajudar a interpretar.
Apesar de seguir, de forma ampla, os mesmos princípios da radiologia tradicional, a tomografia computadorizada difere da primeira em qualidade e técnica. Esta modalidade de exame é realizada após a exposição do paciente a uma sucessão de raios X, e as informações obtidas são posteriormente processadas por um software, que gera uma imagem tridimensional.
A principal vantagem da tomografia computadorizada sobre a radiologia tradicional é a precisão do diagnóstico, já que o exame pode apresentar uma noção espacial com a ajuda de softwares. “O cirurgião, por exemplo, pode dizer com mais precisão qual é o mal do paciente, e sabe muito melhor como proceder”, explica o professor Cavalcanti.
Tais qualidades fazem com que os exames tridimensionais tenham grande importância na área da saúde. Na odontologia, eles se mostram úteis em diversos campos, como a patologia, o diagnóstico bucal, a ortodontia, entre outros. Assim, o LABI 3D é atualmente um laboratório interdisciplinar, que reúne alunos e docentes de diversos departamentos da FO.
História
Tendo o ensino e a pesquisa como principais objetivos, o LABI 3D surgiu no início de 2001, resultado de um extenso estudo realizado pelo professor Cavalcanti na Universidade de Iowa – que até hoje desenvolve projetos em parceria com o laboratório. Pioneiro no Brasil na análise de tomografias computadorizadas, e ligado à disciplina de Radiologia do Departamento de Estomatologia da FO, o laboratório iniciou seus trabalhos com apenas seis colaboradores.
Precisão do diagnóstico é a principal vantagem da tomografia computadorizada
Atualmente, há mais de 30 participantes no projeto, entre graduandos e pós-graduandos da USP e de outras universidades. São ao todo sete linhas de pesquisa: Aplicação do protocolo vascular e ósseo para lesões patológicas – Diagnóstico e tratamento; Estudo qualitativo e quantitativo de lesões patológicas em 3D-TC utilizando a computação gráfica; Avaliação da tomografia computadorizada em diferenciação de cistos e tumores malignos e benignos – Estudo da sensibilidade e especificidade; Análise de anomalias crânio-facias em 3D-TC por meio da computação gráfica; Reconstrução em 3D-TC para a Odontologia Forense; Traumatologia crânio-facial utilizando workstation e reconstruções multiplanares e em 3D-TC; e 3D-CT for dental implants using volume rendering technique – A new approach.
LABI 3D desenvolve pesquisas sobre todos os tipos de tomografia computadorizada, entre elas a multislice (realizada com múltiplos detectores, permitindo rápido escaneamento e reconstrução de uma imagem com alta resolução) e a tomografia por feixe cônico (na qual é utilizado um tomógrafo com feixe de raios X cônico, ao invés de na forma de leque).Laboratório de Odonto da USP é pioneiro no uso de imagens 3D
Fonte: ODONTOSITES